AUSÊNCIA É FALTA
Minto quando escrevo
Que ausência não é falta.
É falta sim.
Falta dolorida,
Sentida.
Só hoje me atrevo
A dizer que é falta
Que me toca a entranha,
Me esgarça de maneira estranha.
Tua ausência é falta.
É querer sorrir
E não ver nos teus olhos
Este sorriso refletido.
É querer dar carinho
E não ter este carinho retribuído.
É querer falar
E só o eco escutar.
Ausência só não é falta
Quando existe a possibilidade,
Quando não é prolongada
E tem, iminente, a chegada.
Na tua ausência, na tua falta
Tento enganar minha mente
Com tuas lembranças,
Com falsas esperanças,
Mas meu corpo sente
E reclama
Tua presença na cama.
Tua ausência é falta sim.
Preciso do teu corpo dentro de mim.
Que ausência não é falta.
É falta sim.
Falta dolorida,
Sentida.
Só hoje me atrevo
A dizer que é falta
Que me toca a entranha,
Me esgarça de maneira estranha.
Tua ausência é falta.
É querer sorrir
E não ver nos teus olhos
Este sorriso refletido.
É querer dar carinho
E não ter este carinho retribuído.
É querer falar
E só o eco escutar.
Ausência só não é falta
Quando existe a possibilidade,
Quando não é prolongada
E tem, iminente, a chegada.
Na tua ausência, na tua falta
Tento enganar minha mente
Com tuas lembranças,
Com falsas esperanças,
Mas meu corpo sente
E reclama
Tua presença na cama.
Tua ausência é falta sim.
Preciso do teu corpo dentro de mim.
Um comentário:
Escrevo desde que aprendi a ler. Rabiscava em madeiras. Tive cachorro, árvore e nuvens. Na infância pobre conversava sozinho. Em casa era castigo ler dicionário. Fui um ledor voraz, criado entre mulheres. Tinha medo de morrer. Escrever me fez tentar a recriação de uma outra vida, deixar minha dor de existir no letral. Escrever é mais importante que viver. A minha alma-nau respira quando escrevo, assim me livro de mim. Escrevo muito, sobre tudo, o tempo todo. Escritor é um retratista. Registra as amarguras de seu tempo. Sinto a dor dos outros nos ombros. Trago a infância comigo. Levo Itararé por onde for, com suas ruas de cacau quebrado e pessoas. Crio personagens p/ povoar o mundo que recrio nos livros. Faço poesia p/ ter companhia. As pessoas riem muito comigo, como se eu tivesse um nariz vermelho de palhaço. O elogio que mais recebi foi Você não existe!. Faço as pessoas chorar com o que escrevo em verso e prosa. Quando eu morrer, espero poder vir a escrever no Céu. As nuvens, então, chorarão por mim.Silas Correa Leite
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